terça-feira, 6 de julho de 2010

Conto 01 - Parte 02

Maximilian Dunan andava por uma biblioteca enorme e escura, não se lembrava de como viera parar ali, mas sabia que procurava por um pergaminho que mudaria todo processo de desenvolvimento religioso cristão. As estantes apinhadas de livros pareciam zombar de seu objetivo, murmuravam palavras sombrias e riam malévolas, pareciam se divertir com seu desespero. De repente ele se deu conta que podia entender o que elas diziam e a verdade o atingiu como uma flecha:
- Ele não está aqui...
Max acordou assustado, sua cama estava encharcada de suor. Pela janela ele viu que o dia nasceria em breve, e não adiantava voltar a dormir. Levantou-se e olhou em volta, a mortiça luz da aurora mostrava um quarto pequeno e simples, com uma cama de molas enferrujadas e um colchão amarelado, um pequeno fogão, que era usado como aquecedor nos dias frios, e uma mesa. Mas o que mais chamava atenção no local era a quantidade de livros, eles ocupavam quase todo o quarto, deixando apenas o espaço mínimo para que ele se movimentasse.
Após lavar o rosto Max olhou para o espelho, o reflexo era de um jovem pálido, cabelos atrapalhados e um par de óculos baratos, mas os olhos eram sérios e inteligentes, mostravam que apesar da juventude Max tinha um coração valente, e que ainda não mostrara toda sua capacidade.
O desjejum foi modesto como sempre, mas não importava, hoje Max daria o primeiro passo para a realização de seu plano e sua mente estava totalmente concentrada nisso. Após se assegurar que a porta do quarto estava trancada ele desceu os vários lances de escadas que levavam ao pequeno hall do prédio, na rua Max olhou em volta, a paisagem era do típico subúrbio pobre parisiense com milhares de pessoas ocupadas com seus frívolos afazeres diários.
Max sabia onde ir, não fora fácil, mas ele conseguira agendar um pequeno encontro com alguém que poderia ser fundamental para a missão...
Após algum tempo de caminhada ele finalmente chegou ao convento dos cordeliers de Paris. Um pequeno frade careca o recebeu na entrada:
- pois não ?
Max percebeu que deveria ser cuidadoso nas palavras...
- bom dia irmão, venho sob indicação do conde d´Órleans, preciso falar com Frei Johann, minha visita foi autorizada na semana passada.
O frade parecia ao mesmo tempo surpreso e intrigado, max percebeu que aquele nome não era dito frequentemente por ali.
- hum, por aqui. disse o frade meio a contragosto.
Max foi levado pelo corredor até os jardins centrais do convento, e através destes até uma parte isolada onde um homem trabalhava sozinho em uma pequena horta.
o frade parou a uma distancia grande e apontou para o homem, parecia estar receoso de chegar mais perto, como se temesse uma doença contagiosa. Max foi de encontro ao homem e o frade se afastou depressa.
Frei Johann era alto e magro, seus cabelos curtos eram loiros e sua postura era de alguém que não evitava confrontos, apesar de estar debruçado sobre beterrabas.
- hum, percebo que você não é predileto entre os irmãos, disse max.
- pobres coitados, tem medo que minhas idéias sejam contagiosas, preferem acreditar no que os superiores dizem, desde que seja mantido o estoque de cerveja... disse o frei sem se virar e continuando a arrancar ervas daninhas.
- Meu nome é maximiliam dunan, gostaria de lhe falar por algum momento, disse max um pouco incomodado em falar com um homem de costas...
-Poupe seu tempo garoto, já deixei claro que não vou me mudar daqui, e não é um pequeno e pálido acolyte que vai me convencer...
Max se perguntou como ele sabia sua aparência.
-Desculpe-me frei, mas não sou um coroinha, preciso de sua ajuda em uma missão, acredito que é de seu total interesse e ...
-Não estou interessado em missões ! disse o frei abruptamente, ainda sem se virar e ceifando com vigor uma erva particularmente grande.
Max perdeu a paciência, já duvidava que aquele frei era quem procurava, devia ser direto ou não teria sucesso.
-Quero que você me ajude a roubar um pergaminho secreto escondido no vaticano, disse temendo uma reação violenta.
O frei parou e se apoiou sobre as duas mãos olhando para max, parecia não acreditar no que acabara de ouvir...
Max olhou para o homem agachado a sua frente, e percebeu que sob as alguma rugas e um olhar penetrante, havia um sorriso...

4 comentários:

  1. Irmãos, escrevi apressado e não revisei, peço que ignorem eventuais erros gramáticos. quem não quiser ignorar pode ir pra PQP !!!
    Com amor
    Leprechaun

    ResponderExcluir
  2. Boa boa! Pelo que eu entendi o Mix voltou no tempo. Seu turno agora, MT.

    ResponderExcluir
  3. "(...)sua postura era de alguém que não evitava confrontos, apesar de estar debruçado sobre beterrabas."

    genial

    ResponderExcluir
  4. Foda, caro amigo irlandês!
    Foi justo pros lado que eu tava pensando, de contar o passado...

    ResponderExcluir